Friday, February 20, 2009

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Desculpe, mas eu não resisto a uma boa risada...

Leiam a reportagem abaixo. Depois de toda essa parfernália digital, enfim descobrem que bom mesmo é o vinil.

Na Veja.com.

Detalhe: na busca que realizei neste site, a último link antes deste artigo, com o target "vinil", foi de agosto de 2006!



LP resiste e deve voltar a ser fabricado no Brasil
5 de fevereiro de 2009

Primeiro veio a fita cassete, menor e mais fácil de arquivar; depois, o CD num pulo tecnológico que conquistou o mercado; por fim, o MP3, novidade acompanhada pelos downloads ilegais, que causaram muita dor de cabeça para as gravadoras. Ainda hoje, contudo, o disco de vinil sobrevive, mesmo que movimentando cifras modestas. Sua longevidade se deve a um grupo de fãs fiéis - que agora recebem uma boa notícia. A PolySom, única fábrica de LPs da América do Sul, fechada em outubro de 2007, pode voltar a prensar bolachões já no primeiro semestre de 2009. O negócio está sendo reativado pelo empresário João Augusto, dono da gravadora independente Deckdisc.

"Estamos levantando as documentações e licenças necessárias para a aquisição propriamente dita e a consequente reativação da gravadora", afirmou o empresário em entrevista a VEJA.com. João Augusto não espera lucro com o negócio, mas crê que exista uma demanda suficiente para manter a fábrica. "No exterior, os índices de crescimento anual do mercado de vinis são superiores a 50% e, por aqui, isso deverá se repetir. Além da própria Deckdisc, há vários selos e artistas querendo lançar projetos em vinil. A fila já é grande", garante ele.



O resto no link acima, pessoas.

Friday, September 26, 2008

Eu não presto

Queridos leitores do Vinis da Sweet.

Aqueles que aqui aportam buscando aquilo a que se propõe este pobre blog escrito (no passado) pela dona, esta que vos fala: informar e conversar sobre música, em vinis. Mais amplamente falando, claro, porém, sempre, música.

Quero pedir desculpas aos que aqui estiveram, postaram comentários, questionaram, por comment ou email, sem obter resposta minha. Daí o porquê do título deste post. Eu não presto. Mesmo. Sou uma mocoronga por ter abandonado este blog tão legal (ai, modéstia). É que ele é trabalhoso, e eu preguiçosa. Sou menos legal que ele, resumindo. Ai, que crise de culpa tão horrorosa. Xô, mangalu 3 vezes.

Prometo que vou tentar pensar um pouquinho nele daqui por diante.

Porque 3 anos é muito tempo, afe. Bjs.

Wednesday, August 31, 2005

Campanha: "NÃO JOGUE SEUS VINIS FORA, VEJA QUANTO ELES PODEM VALER! MAS NÃO OS VENDA!"

Vou transcrever aqui por completo duas reportagens do JC, prumode sei que poucos leitores são seus assinantes e possuem senha. Superinteressante para os amantes do Vinil!

O caçador do vinil perdido
Publicado em 28.08.2005

Dono do Record collector dreams possui cerca de 8,5 mil discos de vinil raros em casa. Alguns podem custar até a “bagatela” de R$ 30 mil

JOTABÊ MEDEIROS - Agência Estado

Em Viena, Áustria, vive um ex-hippie de 56 anos que é considerado um Indiana Jones da música. Amparado por uma rede mundial de informantes, ele faz um trabalho incansável e heróico de arqueologia em busca de artefatos perdidos em territórios ermos do planeta. O nome dele é Hans Pokora, vulgo Caçador de Bolachas Perdidas.

Pokora é editor de um catálogo famoso entre os caçadores de raridades discográficas, o Record collector dreams, e possui cerca de 8,5 mil discos de vinil raros em sua casa. Álbuns dos quais, muitas vezes, nem os próprios autores têm cópias hoje em dia e cujo valor pode chegar a 10 mil euros (cerca de R$ 30 mil).

Como Indiana Jones, Pokora também cai em ciladas às vezes – já chegou a comprar um disco cobiçado, Forever amber, da Inglaterra, por US$ 6 mil, e depois descobriu que o álbum era uma porcaria. Mas também já “escavou” maravilhas, como o LP de garage rock Johnny Kendall & The Heralds, da Holanda, lançado em 1965. “Passei um feriado de dois dias ouvindo o disco, acho que rodei umas 50 vezes esse maravilhoso LP”, conta.

Hans Pokora não tem toca-CDs em casa, nem aparelhos de MP3. “Tenho só um velho gravador de fita e um toca-discos. Não tenho CD player nem MP3, não é o meu mundo.” Seu negócio é vinil. “O melhor investimento é o vinil em perfeitas condições, porque seu valor aumenta a cada ano. Os CDs não têm um valor real. Os velhos vinis são antiguidades e têm admiradores em todas as épocas.”

“Cerca de 20 anos atrás, viajei dois anos pelo mundo todo comprando discos. Estive na Ásia, Estados Unidos, Canadá, África, Austrália. Encontrei colecionadores em todos os países. Comecei minha coleção em 1975, quando eu comprava LPs de beat e garage.” Para Pokora, seu trabalho é uma boa maneira de ganhar dinheiro. “Discos de vinil raros são um grande investimento. Nos meus livros, muitos dos álbuns chegam a valer entre 5 mil e 10 mil”, afirma Pokora. Os seus catálogos estipulam um preço mínimo para que um disco raro ou “muito bom” entre na lista: 75.

Os maiores colecionadores e experts em raridades do País aprovam o trabalho de Pokora. “Tem capas maravilhosas nos livros. O gosto dele é meio bicho-grilo, meio ripongo, mas pelo menos ele promove uma valorização da música brasileira”, diz Luiz Carlos Calanca, do mítico selo e da loja Baratos Afins. “Conheço pessoas que compraram os discos depois de terem visto nos catálogos dele”, afirma.

O paranaense Anderson Carvalho Carrion, que possui cerca de 3 mil discos raros, diz que Pokora faz um trabalho essencial para o colecionador. “Todo colecionador quer ter algo que seja difícil para outro colecionador, essa é a essência das coleções” diz, acrescentando que não há especulação nessa atividade. “Ninguém compra para revender, compra para ter.”

Segundo Carrion, o vinil tornou-se o objeto de desejo por diversas razões: a arte das capas, o tamanho, o trabalho de informação dos encartes. “Se eu tiver a opção de escolher entre o CD e o vinil, sempre pego o vinil”, diz, lembrando o caso novíssimo da banda curitibana Feichecleres um trio de rock setentista que lançou seu trabalho em vinil e as cópias esgotaram-se na hora.

“Agora estou à procura de outro disco brasileiro raro para incluir no catálogo 5001, que estou finalizando”, diz Hans Pokora, que trabalha longe das gravadoras e companhias de discos e também sem apoio oficial. Entre seus discos brasileiros preferidos estão os de Sound Factory, Spectrum, Marconi Notaro, Lailson e Lula Côrtes (Satwa), Tobruk e Som Imaginário.

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Parceria entre Lula Côrtes e Zé Ramalho é raridade cara

Quem pensa que um gringo lá da terra de Mozart não sabe reconhecer um disco brasileiro raro, engana-se. O Brasil é um dos países sempre bem representado nos catálogos de Hans Pokora. A edição mais recente, 4001, do ano passado, traz 27 novos álbuns raros de sebos brasileiros.
Na nova edição, dois álbuns estão empatados com a cotação cinco bolinhas (acima de 1 mil). São Jovem brasa, dos grupos The Beggers e The Blackstones (1967), e Não fale com paredes, do Módulo 1000 (1970).

Você nunca ouviu falar? Não tem problema, a maior parte dos amantes da música provavelmente também não. Segundo o site CliqueMusic, o Módulo 1000 foi um grupo de hard rock carioca, formado em 1969, de duração meteórica. Seguia uma linha pesada com influências de Black Sabbath e Pink Floyd. The Beggers e The Blackstones foram pioneiros numa experiência discográfica única, nos anos 60. Lançaram seu trabalho conjunto num formato revolucionário, uma caixa contendo três LPs, que alguns consideram ser a primeira box set da história do vinil.

Nos catálogos, só dois discos brasileiros ganharam seis bolinhas – são o crème de la crème da raridade. Um é o elepê Lula Cortes e Zé Ramalho, Paêbirú, de 1975, que jamais teve uma reedição (o próprio Zé Ramalho proíbe, segundo contam, porque Cortes teve o rosto estampado na capa e ele só no encarte). O outro é o álbum Sound Factory, de 1970. Se você tiver um desses em casa, está feito. Hans Pokora dá a pista de como ele chega a essas obscuridades: os “informantes”. Em São Paulo, seu apoio vem de Luiz Antonio Torgue, do site Rato Laser.

Saturday, August 20, 2005

Ideologia - Cazuza



"E a fã sem nome explico: 'as flores não se tocam,
Vivem prá si
E pros passarinhos e pro vento'
"

O disco é de 1988. E não vou tecer maiores delongas sobre Ideologia. É o melhor disco de Cazuza; e digo isto sem haver ouvido todos os outros, e sem ser especialista neste artista. É um disco redondo, todas as músicas são excelentes (talvez com a única exceção de Guerra Civil, que é apenas ótima, e é, por uma "coincidência" intrigante, uma parceria com Ritchie). E também me arriscaria a afirmar que, talvez, seja um dos melhores discos, senão de toda história da música brasileira, mas com toda certeza da década de 80.

"De manhã cedinho o sangue escorre:
foi por amor.
"

Cazuza enquanto poeta (da música, pois sabemos que ele também possui muitos escritos não musicados, que infelizmente não conheço) está em sua melhor forma nesta obra. E, enquanto ícone de uma geração, é seu auge: o lp contem "apenas" três dos seus maiores sucessos e também das canções mais marcantes daqueles tempos: Brasil, da qual nem precisa falar muito, estou certa ("Não me convidaram/prá esta festa pobre..."); Faz parte do meu show e Ideologia (que considero mais contemporânea que nunca nestes dias de desilusões petistas, hehehehe).

"Estranho teu cristo Rio
que olha tão longe, além,
com os braços sempre abertos
mas sem proteger ninguém
"

Lado A

Ideologia - Não há muito que se dizer sobre essa música. Eu, sinceramente, considero o hino de uma geração: aquela da transição entre os loucos anos 60/70 para esta realidade esquisita do mundo atual em que todas as alternativas políticas ou existenciais sumiram. Restou apenas a possibilidade de se ser capitalista, tecnológico, urbano, internético, ou enlouquecer. Aí o Cazuza vem e grita (ele que não era muito de ideologias, heheheh, porque não precisava, nasceu com uma, a ideologia anárquica-extrema da liberdade): "IDEOLOGIA, EU QUERO UMA PRÁ VIVER!". A canção é rasgada, o instrumental é cortante, Cazuza traz o tom perfeito (raivoso e... sensual!) para esta música de protesto feita em um tempo em que música de protesto já saira de moda...

"Os meus sonhos
foram todos vendidos
tão barato que eu nem acredito"


Boas Novas - Boas Novas é também uma canção testemunhal, mas o depoimento é mais pessoal. Foi a declaração "oficial", em contexto de poesia e música, da certeza que Cazuza tinha de sua morte, pelo que contatara com ela em seu longo sofrimento de aidético. "Eu vi a cara da morte e ela estava viva". Apesar disso a canção é dançante; é quase tudo Rock´n Roll, aliás, neste disco, com poucas exceções. Mas com tanta poesia transbordando, fica difícil mesmo dançar.

"E farei
das tripas coração
do medo minha oração
prá não sei que Deus 'h'
da hora da partida,
na hora da partida
a tiros de 'vamos prá vida'.
Então vamos prá vida!"


O Assassinato da Flor e A Orelha de Eurídice - Falarei conjuntamente destas duas canções, porque são irmãs, em minha opinião, o que explica o “estarem” muito bem ali juntas, nas raias do vinil. Ambas da autoria exclusiva de Cazuza; além dela, neste disco, apenas Boas Novas. Não me arrisco a declará-las as melhores faixas porque seria responsabilidade demais em uma obra deste porte, mas que chegam perto de ser, chegam. São, possivelmente, as minhas prediletas, que mais me tocam o coração, embora seja enlouquecida por Blues da Piedade e Minha flor, meu bebê. São músicas muito pessoais, em que a veia poética de Cazuza mais despreocupadamente emerge, naquela característica própria dos verdadeiramente poetas, como descreve Drummond em, A Procura da Poesia: "Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível que lhe deres: Trouxeste a chave?
". Não há que interpretá-las, descrevê-las, decifrá-las, destripá-las, mas apenas sorvê-las. E aqui ainda não se perde a linha Rock´n Roll que mesmo tendo namorado a bossa nova e a MPB jamais Cazuza abandonou. É diferencial o arranjo de A Orelha de Eurídice pela presença de um alucinado violino que atravessa a canção em ritmo inatingível.

"Flores são flores
vivas num jardim
pessoas são boas
já nascem assim
"

Guerra Civil - Eu posso safar-me deste comentário? Não é uma música ruim, porém se perde na imensidão de qualidade desta obra...

Brasil - Nossa, esta música fez sucesso demais (ainda faz). Lembram em Vale-tudo - a novela global, com Regina Duarte, considerada um marco da televisão brasileira dos anos 80 -, como ela casava perfeitamente à trama e ao clima da novela? Quando começava a tocar na abertura eu corria para a sala. E esta letra é descaradamente, brasilisticamente realista, e como é atual. Vejam a frase: "quero ver quem paga prá gente ficar assim". É também uma declaração de amor ao país, vocês não acham? E há samba, bateria, o arranjo é show. Demais.

Lado B

Um Trem para as Estrelas - Uma parceira com Gilberto Gil que foi tema do filme homônimo. Uma canção sobre o Rio, sobre a gente pobre do país, sobre nosso país, resumidamente. E bela, muito bela. Não é Rock-n Roll, mas ainda é o melhor de Cazuza.
"É que agora está chovendo uma chuva sem vento
e a meia hora ventava,
vamos fugir prá dentro
"

Vida Fácil - Vida Fácil é deliciosa, sarcástica, e provavelmente há uma historinha por trás dela, que desconheço. Cazuza era filho de um produtor da música, conhecia todas as tribos cariocas, e esteve dentro do viciado ambiente das artes de nossa aldeia. É disso que a música fala, sobre este meio. Cazuza dá suas garfadas nas convenções, mesmo as mais ocultas...

"Big boss
tua mão aberta enobrece
dignifica
nós que sonhamos em espécie
"

Blues da Piedade - Considero este blues uma canção feito para a posteridade, que pode constar em qualquer bom almanaque da música brasileira. Se me perguntassem quais seriam as 100 melhores músicas de todos os tempos, Blues da Piedade estaria dentro, com absoluta certeza. Intrigante como é suave e preciso o canto de Cazuza aqui, mescla-se com maestria a guitarra, piano e bateria do arranjo. E é um blues autêntico, além de ser puro Frejat (seu parceiro nesta canção, outro que idolatro, salve salve).

"Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas minicertezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia
"

Obrigado - Uma poderosa canção de amor desfeito, com um momento Rock-n Roll maravilhoso. Não sei como não fez sucesso. Talvez por ser excessivamente mordaz.

"Pelos dias de cão, muito obrigado
pela frase feita
por esculhambar meu coração antiquado e careta
"

Minha Flor, Meu Bebê - Canção fantástica, açucarada, deliciante e deliciosa, swingada. Também não consegui descobrir como não virou hit. Adoro-a desde sempre, sempre, amém.

"Que prazer mais egoísta o de cuidar de um outro ser
mesmo se dando mais do que se tem prá receber
"

Faz Parte do Meu Show - Essa balada bossa-nova tocou tanto que enjoou, diferentemente dos outros dois hit parades deste disco (é o mal das baladas). Mas continuou linda, ainda que enjoativa.

Sunday, July 03, 2005

Ressuscitou

Essa merece até mesmo um post neste esquecidíssimo blog (ah, meus projetos irrealizados...):

MINHA "VITROLA" VOLTOU A FUNCIONAR!!!!!!!!!!!!!!

Pois é, a pobre passara algumas frações de década parada. Ano passado reativei-a. Ouvi muita coisa antiga que andava guardada e até ensaiei este Vinis da Sweet. Imaginem minha consternação, pois, quando descobri a uns quatro meses atrás, ao tentar colocar para rodar um vinilzinho para um amigo aqui em casa, que a Clara andava brincando com o bracinho do meu querido-idolatado-salve-salve toca-lp do "três-em-um" Philips (ê, falazinha antiquada) e o pobre morrera de novo por conta? Não rodava. Não tocava. Eu quase deserdo a pimpolha na ocasião.

Mas não é que deve ter baixado um caboclo ressuscitador por aqui? Sexta, num insight do qual apenas os ébrios são capazes (my husband), foi colocado o velho bolachão Simon & Garfunkel Greatest Hits e ... a maquininha falou!!!!!!! Rodou e falou!!!!!!!! 'Tamos felizes!!!!!!!!!!!! Valeu, duplinha dinâmica aê debaixo!!!!!!



"A time it was .... And what a time it was .... It was ....
A time of inocence .... A time of con-fi-dences
Long ago it must be .... I have a photograph
Preserve your memories .... They're all that's left you"

Simon and Garfunkel - Bookends

Thursday, October 21, 2004

Estrebucha Baby – Zizi Possi



Eis um long-play que embalou muitas noites de sonhos juvenis (que frase patética). Eu o ouvia muito. A música que fez maior sucesso do trabalho, “Não me Deixe Mal”, me emociona deveras escutar até hoje, Zizi dengosa recitando o refrão da canção. Tocava em uma novela, que nem recordo mais qual foi nem me foi informada pela internet.

Disco de 1989, eu o comprei em Maio/90, lá está na capa, a caneta. Provavelmente o comprei para presentear-me por aniversário, pois. Zizi está lindamente fotografada em preto e branco, rica e sexymente trajada, vestindo calças negras rendadas acima dos joelhos, com um bolero bordado e uma espécie de saia negra que ela usa apenas na capa (no poster interno há outras fotos bem sensuais e profissionais). A roupa lembra as vestes de um toureiro. Não sei porque descrevo a capa, percebo que sempre gostei dela. Nas fotos da capa, Zizi está em uma pista de corridas de carro. Importante observar que é trabalho de período anterior àquela em que a cantora se consagrou (a fase italiana, como gosto de dizer). Visitei a pouco seu site oficial e, pela simples observação das capas, dá para perceber que “Estrebucha Baby” foi uma espécie de trabalho de virada da carreira, depois dele vieram os elegantérrimos e excelentes “Sobre Todas as Coisas”, “Valsa Brasileira“ e “Per Amore”. Até então Zizi usava um cabelinho ridículo, bem anos 80, as capas mostram muitas cores, saias esvoaçadas, títulos como “De um Rolê”.

Lado A
Não Minto prá Mim (Preta-Jean Garfunkel-Paulo Garfunkel)
Você é (Djavan)
Não me Deixe Mal (Dalto – Cláudio Rabello)
A Vida Corre (D’Exposito-Tito Manlio – Versão:Nelson Motta)
Meu Erro (Herbert Vianna)

Lado B
Estrebucha Baby (Jean Garfunkel – Paulo Garfunkel)
Reconheço (Sílvio Rodrigues - versão: Ronaldo Bastos)
Quem diria (You´ve Changed) (Carey – C. Fischer – versão: Nelson Motta)
Dedicado a Você (Dominguinhos – Nando Cordel)
That´s All I Want From You (F. Rotter – M. Rotha)

Não Minto prá mim – É uma faixa que sempre associei a própria história da Zizi, o pouco que sei dela, mais especificamente sobre seu romance (?) com a Ângela Rôrô, que também é artista cujo trabalho sempre apreciei. A letra é forte, a poesia excelente, o ritmo melódico é ousado, diverso, estranhamente me lembra trilha sonora de cinema (!?!?).

Você é – Mimosa, totalmente djavaniana, é o que se pode contar desta faixa, também foi bastante executada à época nas rádios. Uma das minha preferidas.

Não me deixe mal – Música do meu coração, sou suspeita para comentá-la. Sou totalmente apaixonada por essa canção, desbragadamente romântica, novelesca (tema que foi de novela), e que sei que muitos acham brega. Um dos grandes sucessos populares de Zizi (não foram tantos assim ao longo de sua carreira)

A Vida Corre – Esta é uma interpretação correta para uma bela canção, que a mim soa, em relação as demais, um tanto insossa. Muitos discordaram de minha opinião, infelizmente é meu sentimento sobre esta balada italiana convertida para nossa língua por Nelson Motta.

Meu Erro – Versão sofisticada de um dos primeiros sucessos dos Paralamas dos Sucessos, que me agrada bastante. Nada mais anos 80 que este rock do Herbert Vianna, que Zizi transformou com competência, em um arranjo talentoso e corajoso, que é da própria Zizi .

Estrebucha Baby – Esta faixa segue a mesma linha da outra dos Garfunkel para este disco ("Não minto prá mim"), entretanto acredito que o resultado do primeiro é mais feliz. O refrão é muito bom, mas algo não se encaixa ao longo da canção.

Reconheço – Um esplendor criado por Silvio Rodrigues e magistralmente cantado por Zizi. Ela e a canção encontram-se com uma fluidez impressionante nesta melodia-poema.

Quem diria – É uma versão, tranformou-se (ou não?) em um samba cadenciado, gostoso, a letra é muito boa (Nelson Motta é ótimo em versões!), a interpretação de Zizi é perfeita como sempre, aveludada, sua voz caminha dentro da canção, navega nela, movimenta-se com afinação e balanço .

Dedicado a Você – Canção primorosa em sua simplicidade, de Dominguinhos e Nando Cordel, este último pernambucano do Cabo de Santo Agostinho, amigo de amigos, e pode-se dizer desta interpretação o mesmo que se diz de Zizi em “Quem diria”.

That´s all i want for you – Embora esta canção em inglês não siga o estilo adotado por Zizi no resto do trabalho, até mesmo na interpretação (nela é usado um tom de voz mais grave), aprecio muito essa faixa, em que cantora aparenta tentar imitar a maneira de homenagem outra intérprete. Ficou excelente.

A propósito, Estrebucha Baby ambém é um disco fora de catálogo, e só pode ser encontrado na mesma Cd point, por menos salgados R$ 38,90.

Depois de tudo isso, só me resta indagar: que foi feito de Zizi Poss? Tenho ouvido falar muito mais de sua filha que dela, o que é uma pena... Seu último cd foi de 2001 (Bossa). Quem tiver notícias, manda ver.

Monday, October 11, 2004

Zona de Fronteira - João Bosco



Com esse inicio a série que em breve se tornará uma página anexa ao Maio.

O Zona de Fronteira eu ganhei de meu marido. Isso aí. Como não tenho mais o disco (é, eu perdi, é trágico e simples), estava com umas dúvidas de qual namorado havia ganho (porque sempre fui muito sabidinha com os poucos namorados que tive, e fazia com que eles me dessem discos que eu queria, só fiquei burrinha depois de casada mesmo), mas vendo que o trabalho é de 91, calculo que só pode ter sido dele. Estou aqui emputecida, pois, com o fato de ter percebido, provavelmente com alguns anos de atraso, que perdi o disco, já que não o tenho procurado a anos. O fato 1 , portanto, é que ele, o Zona de Fronteira, não mais está entre meus vinis. Fato 2: deve ter sido roubado. Um vinil que custa R$ 57,90 em uma única loja da internet, na forma de cd, só pode ter sido roubado. Fora de catálogo. Avalie no formato original. Ou não. Vai que acho em algum sebo da vida. Problema é procurar.

Eu amava esse disco. As faixas:

1.Trem Bala
2.Saída de Emergência
3.Ladrão de Fogo
4.Memória da Pele
5.Granito
6.Assim Sem Mais
7.Holofotes
8.Maio, Maio, Maio
9.Misteriosamente
10.Paranóia
11.Sábios Costumam
Mentir
12.Zona de Fronteira

Zona de Fronteira foi feito numa parceira entre João Bosco, Antônio Cícero (irmão da Marina, hoje Marina Lima, a cantora). Assisti ao tempo uma entrevista com o louco Wally sobre o trabalho. Todas as faixas dos três, ou seja, é trabalho tri-autoral (nossa, isso existe?). As melhores:

-“Saída de Emergência” é um delicioso blues cuja malícia a voz brasileiramente rebuscada do João só acentuava. Sem ao menos escutar você mentir pra mim, João, como é que eu faço pra dormir? “Assim sem Mais” vai na mesma linha. Ai, quem roubou meu Zona de Fronteira, Véio Lua?.

-“Memória da Pele” me engolia inteira e depois devolvia toda esbagaçada. Provavelmente quis esse disco por causa dessa música, que tocou bastante nas rádios à época. Talvez tenha sido de alguma novela, não estou certa. É uma canção difícil de definir. Forte, seu título já diz à que veio, poderosa, fala de uma paixão intensa que gravou-se na memória da pele do sujeito, da ‘sujeita’. Um redemoinho, é o que essa música é, igual a dona que deve tê-la inspirado.

-“Maio maio maio”. Impossível não identificar-me com essa música. Sua letra estaria completa no sub-título do Maio, mas ficou feio, muito grande. A melodia casou com a poesia nessa canção como se se derramasse nela. Perfeita.

-“Sábios costumam mentir”. Faixa que obteve relativo sucesso. Um bolero leve, moderno, romântico, altamente competente enfim, dentro de um estilo que o Bosco consagrou entre os anos 80/90 com discos como "Ai Ai Ai de Mim" (1987, que também tenho em vnil e está na lista do Vinis da Sweet) e "Bosco", de 1989, este vendídissimo até onde recordo.

Salvo estas citadas, o disco é muito inteiro, é como realmente um livro de poemas cantado, que você vai lendo página a página, e o sabor é sempre o mesmo e bom. Pena que algumas canções não recordo a melodia e sei que são excelentes. Se alguém puder ajudar, essa pobre agradece indicações de localização ou arquivos de mp3’s das faixas dessa preciosidade.